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  Um grupo de talento

      
          A maioria é da cidade de Bananeiras, mas é possível encontrar também pessoas de Livramento, Arara e Cabedelo. De comum entre eles, além do fato de serem talentosos, está a vontade de acertar, mesmo quando as condições necessárias não são as melhores possíveis! Sérgio, João Henrique, Romário, Jacinta, Pedro, Roberval, João Batista, Josilene, Keith, Wilma e Glorinha são nomes comuns, mas que adquirem muita força quando se juntam. Esse pessoal é do grupo teatral da cidade batizado de Em Cena.

          O grupo começou a sete anos e essa formação atual já é uma segunda, como bem explica Sérgio Danilo, autor dos textos que o grupo monta: “Essa segunda formação já é uma família e nós temos a pretensão de educar e recuperar nossas raízes ao mesmo tempo”, explica o rapaz, dessa vez sem pedir desculpas. Não entenderam? Continuem a leitura, que vocês vão entender!

          Voltemos no tempo, e vamos à noite de sábado, dia 16 de fevereiro, quando ao final dos ensaios para a montagem do espetáculo Padre Ibiapina - O Andarilho da Caridade, os meninos se reúnem e pedem para nos apresentar seu espetáculo Fuleragem na Porta do Céu. A apresentação foi legal e o texto tem um pouco de Ariano Suassuna, misturado a situações e personagens reais da cidade. No final Sérgio Danilo, um dos atores, pede desculpa pela apresentação, mas desculpa por quê? Por vemos atores talentosos em cena? Ou por ver a mais legitima cultura regional brotando a cada frase dita? Esqueça as desculpas Sérgio, nos desculpem por não termos pedido essa apresentação antes!

          Foi a partir dessa apresentação que surgiu a idéia de fazer uma matéria com esses meninos e ouvir suas alegrias, queixas, angústias e revoltas! Revolta, mesmo que dita com ironia, alegria e o deboche de João Henrique que no espetáculo representa um homossexual: “Mesmo não sendo homossexual, eu sou discriminado! Depois que a apresentação acaba a galera pega no meu pé com frases assim: ei viadinho, já vai para o esquema né?”, diz o jovem ator.

          O papo girou mais em torno de pré-conceito e dificuldades que os jovens enfrentam, além dessas de cunho machista, retrógrado e até mesmo de desinformação de não saber diferenciar personagem do ator que o representa! “Outro pré-conceito que irrita é que muitas pessoas não acreditam na nossa capacidade, pelo simples fato de sermos daqui”, reclama Josilene Santos. Já Roberval Alves completa: “Se vem um cara de fora e começa a gritar todos daqui o endeusam”, diz revoltado.

          Mas conquistas também são lembradas como o prêmio que conseguiram num festival de teatro da cidade de Guarabira: “Foi uma satisfação muito grande ganhar esse prêmio”, fala Pedro Batista. “Encontramos muitas dificuldades para viajar, mas conseguimos, fomos lá e mostramos nosso talento”, completa Roberval Alves.

          Agora, depois das oficinas do projeto Sal da Terra o grupo espera novas conquistas: “Espero agora que seja um grupo mais alegre, com mais experiência, concentração e um pouco de muitas outras coisas que aprendemos, para podermos superar barreiras e conseguirmos nossos objetivos”, diz João Batista.

          A falta de público, apontada por Romário dos Santos, como um dos fatores que mais entristecem o grupo, não encontra eco na esperança desses jovens que só querem mostrar sua arte, seu talento e ter um pouco de respeito por parte dos moradores de uma cidade que eles estão começando a colocar no mapa teatral do estado da Paraíba.




           
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