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  Uma tarde com o Pastoril

      
           Acompanhar a turma do Pastoril Dramatizado, montado por jovens senhores e senhoras com idade mínima de 50 anos, é de uma satisfação apaixonante. A apresentação estava marcada para as 15 horas e fazia parte da confraternização de fim de ano da Associação dos Inativos e Pensionistas de Universidade Federal da Paraíba (ASIP), mas a turma ficou sabendo que o espetáculo só teria início às 17 horas! Nada de cara feia ou reclamações excessivas, simplesmente a turma aproveitou a música ao vivo da festa e dançou, dançou e dançou.

           Uma curiosidade que me passou logo pela cabeça foi saber como se sentiam esses jovens atores antes de entrarem em cena e, as respostas, de alguns deles, não me causou surpresa, muito pelo contrário, às vezes até me emocionou tamanho a sinceridade das respostas. “Eu fico tão emocionada que às vezes até esqueço alguma coisa que é para fazer” diz Albanita Alves de Sousa. Já Maria Edneide Medeiros de Assis, de 58 anos, vai logo dizendo que não gosta muito de falar em microfone, mas deixa a emoção falar mais alto em seu depoimento: “Eu fico nervosa, mas depois relaxo, principalmente quando eu vejo esse público tão lindo”, diz emocionada.
                                                                                                         

           Elizeth Evangelista, de 72 anos, que já foi Chapeuzinho Vermelho, na outra montagem do grupo, diz senti-se uma criança minutos antes de começar o espetáculo: “Dentro de mim minha alma muda, viro criança, viro adolescente”, fala sorrindo. Já Benedito Moreira, de 63anos, um dos dois homens do grupo, se sente renascido minutos antes da apresentação: “Sou uma pessoa que renasceu das cinzas, porque estava no fundo do poço e agora venho à tona, então eu me sinto com muita vida daqui para frente no presente”.

           Mas um dos pontos mais interessantes que vem marcando esse grupo de animação denominado Creusa Pires é o encontro de gerações! Nos vários espetáculos montados pelo grupo, crianças, netos e netas dos artistas principais, também participam do espetáculo. “Eu me sinto feliz em concretizar essa parceria com minha neta no palco, já que ela é um dos anjos no espetáculo e isso significa apoio familiar”, explica Eunice Dantas de 72 anos que é Mestra do cordão azul do Pastoril. Sua neta Yonara Dantas, de 9 anos, se diz satisfeita com a participação. “Amo fazer teatro e com minha vó no elenco é melhor ainda” fala sorrindo.

           Ao chamado de Cláudio Ferreira, um dos diretores do espetáculo, que eles carinhosamente chamam de Prego, todos se retiram para um lado isolado onde vão rezar para que tudo ocorra bem na apresentação. E o resto todos já sabem: é mais uma exibição do Pastoril Dramatizado que encanta e emociona, mesmo sem as facilidades que um teatro poderia oferecer, como luz por exemplo, já que a apresentação foi feita numa área aberta. E depois de toda a energia desprendida, os atores e atrizes retiram seus figurinos, vestem roupas normais (alguns ficam irreconhecíveis, pois já me acostumei a vê-los sempre vestidos como os personagens que representam) e aproveitam o resto da festa, fazendo o que? Isso mesmo, dançando!



           
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