Heron
Cid
Na
cidade de Marizópolis, distante 480 km da capital,
a mulher deixou de ser submissa apenas a função
de coadjuvante da figura masculina. Acompanhando a
evolução feminina em escala mundial,
a pequena cidade paraibana de pouco mais de 6 mi habitantes,
encravada no Alto Sertão, tem reservado espaços
privilegiados à suas conterrâneas.
Contrariando
o machismo reinante na maioria das cidades sertanejas,
Marizópolis é terra que mulher manda.
A maior autoridade do município é uma
mulher: a prefeita Alexciana Vieira (PTN), 23 anos,
foi eleita com 63% dos votos, na última eleição.
No cargo de vice, outra mulher: Elza Simões
(PSDB).
A
“invasão” das mulheres em cargos
públicos em Marizópolis não pára
por aí. Semelhante ao Poder Executivo, a Câmara
de Vereadores é comandada por duas mulheres.
Depois
de tensas articulações e desacreditada
pelos “caciques” da política local,
a vereadora Marizete Soares (PPS) conseguiu aglutinar
apoio de seus colegas parlamentares e foi eleita por
unanimidade para presidir o Poder Legislativo. Na
chapa, eleita como vice-presidente, a vereadora Girluce
Varelo (PP) consagrou a supremacia feminina na política
marizopolense.
Recém
emancipada, a cidade localizada entre Sousa e Cajazeiras
só respirou, até agora, três eleições
municipais. Na Câmara, o menor número
de representantes do sexo feminino foi no primeiro
mandato, em 1997. Naquela legislatura, foram eleitas
as vereadoras Marineide Aristides, Geralda Alexandre
e Naide Lopes. Nos outros dois mandatos subsequentes,
quatro mulheres vêm garantindo vaga nas bancadas.
Na
Câmara Municipal já foram eleitos seis
presidentes. Desses, três foram mulheres. Atualmente,
dos nove vereadores, quatro são mulheres. Além
da presidente e vice, atuam no Poder Legislativo marizopolense
as vereadoras Marineide Aristides (PSDB) e Ana Maria
Carvalho (PMDB).
E
o poder delas vem se renovando. Marineide Aristides
exerce hoje o seu terceiro mandato consecutivo, sendo
a única, entre homens e mulheres, a ter conquistado
essa condição. Já Marizete Soares,
chega ao parlamento pela segunda vez seguida.