Heron
Cid
A
disputa política pelo domínio de partidos
e lideranças no estado, travadas durante a
semana passada, revelou a força que os veículos
de comunicação detêm sobre as
eleições no estado. O fato ficou explícito
após o empresário Roberto Cavalcanti,
dono do Sistema Correio de Comunicação,
se desfiliar do PMDB, comandado pelo senador José
Maranhão, pré-candidato ao governo no
próximo ano.
Alegando
razões de foro íntimo, Roberto, saiu
das hostes peemedebistas logo em seguida ao ingresso
do ex-governador Wilson Braga na legenda. A falta
de afinidade entre o empresário e o ex-governador
foi motivada pelo assassinato de Paulo Brandão,
ex-sócio de Cavalcanti, por assessores de
Wilson Braga, na época governador.
O
governador Cássio Cunha Lima assediou pessoalmente,
Roberto Cavalcanti, para celebrar uma aliança
política com vistas em 2006. Ofereceu várias
opções partidárias e discutiu
a participação do empresário
na chapa governamental. Partidos da base do governador
se colocaram a disposição para facilitar
o acordo.
Enquanto
Roberto Cavalcanti era assediado pelo governo, o
empresário José Carlos da Silva Júnior,
proprietário do Sistema Paraíba de
Comunicação (TV Cabo Branco e Paraíba,
entre outros), dava demonstração de
insatisfação com o assédio
ao seu concorrente e emitia sinais de aproximação
ao PMDB. O presidente do PMDB Haroldo Lucena chegou
a garantir que Silva Júnior estaria filiado
ao partido.
No
final das contas Roberto Cavalcanti se filiou ao
PMR, ligado a Igreja Universal do Reino de Deus,
atualmente neutro em relação à
batalha eleitoral do próximo ano. Já
o dono do Sistema Paraíba assinou ficha de
filiação ao PSDB de Cássio.
A
guerra travada por Maranhão e Cássio
pelo “apoio” dos grupos de comunicação
objetiva, claramente, a utilização
desses meios para construção dos discursos
de campanha. O jornal, o rádio e a televisão
influenciam, substancialmente, na decisão
do eleitor, principalmente os menos esclarecidos.